Neste processo iniciado por ocasião do convite da professora Piedade Grinberg, diretora do Solar Grandjean de Montigny - Centro Cultural da PUC do Rio de Janeiro, tenho podeido dar vazão à experimentações que antes ousei e tentei, misturando técnicas, usando cola colagem purpurina pastel papel e outras possibilidades. Isso há mais ou menos 10, 15 anos atrás. Nessa última década e meia, após tais experimentações, eu fui retornando às tentativas de exploração da pintura pura (com breves intervenções do desenho) até o projeto Mar de Minas (2008). Após esse projeto, onde buscava em minhas canções (sou compositor e músico) as referências para o desenvolvimento dos trabalhos, me senti preso ao texto das letras, aos sentidos das melodias.
Agora abdico de tudo e tento de novo a liberdade em temas, representação, forma e sentido, acoplando dentro do trabalho a inevitável referência da poesia. Quero ainda realizar a música porém assumindo a primazia das formas (em suporte e tintas) como condutoras das outras manifestações, agregando-as. O caminho é longo. A experimentação agora inclui as inserções de elementos que integram e desintegram o suporte (os perfurantes - prego, parafuso, bucha - os recortes na madeira e o lixo). Os resultados são fruto da análse que chega - necessariamente - depois da tentativa e erro, o empírico!, associados à intuição e às configurações e reconfigurações que vão sucessivamente se formando. Resultado de 10 anos de análise gráfica no âmbito acadêmico, junto a alunos, em sala de aula e ao livro Universos da Arte, da mestra Fayga Ostrower.
É empírico, é ação que vem forte e nasce, por vezes daninha, gerando erros que degeneram-se em acertos necessariamente se refazendo até um possível acerto final. Processo e Caminho são as palavras-chave. O Fim, quem sabe?